A experiência do usuário deixou de ser diferencial há muito tempo, hoje, ela define a relevância de um produto digital.
E o Nubank parece ter entendido isso com clareza.
A fintech anunciou a contratação de Ethan Eismann como seu primeiro Chief Design Officer (CDO), marcando uma mudança estratégica que coloca o design no centro da expansão global da empresa.
A escolha não é aleatória: Eismann é um veterano do Vale do Silício com passagens por gigantes como Slack, Airbnb, Uber, Google e Adobe.
A jogada é clara: design como pilar estratégico
Com mais de 118 milhões de clientes na América Latina, o Nubank vem enfrentando um desafio típico de empresas que escalam rápido: como manter uma experiência fluida e consistente em um ecossistema de produtos cada vez mais complexo.
Trazer um nome como Ethan Eismann sinaliza que o Nubank não está apenas melhorando o UX, está redesenhando sua forma de pensar produto.
Eismann vai se reportar diretamente ao CEO e fundador David Vélez, algo raro em empresas de tecnologia brasileiras, onde design ainda costuma ser subordinado a produto ou marketing.
Esse novo arranjo dá pistas do papel estratégico que Eismann terá: liderar o design global de todas as frentes da operação, trabalhando em conjunto com times de engenharia, produto e negócios.
Quem é Ethan Eismann e por que ele importa
Se você usa alguma plataforma digital no seu dia a dia, há grandes chances de já ter interagido com algo criado ou liderado por Eismann.
- No Slack, ele foi SVP de Design e teve papel fundamental na transformação da plataforma em um hub digital usado por milhões de equipes ao redor do mundo.
- No Airbnb, atuou como diretor global de design para a vertical de Homes e também como GM da equipe de Guests, unindo visão de negócio e experiência do usuário.
- No Uber, ajudou a moldar a jornada dos usuários nos serviços de caronas e entregas.
- No Google, liderou o design global de produtos como Google Wallet e Android Pay — base para o que hoje é o Google Pay.
Com mais de 20 anos de experiência, o que Eismann traz para o Nubank não é só domínio técnico, mas visão estratégica de design como fator de crescimento e diferenciação de marca.
UX deixou de ser detalhe, agora é motor de crescimento
A contratação de um CDO não é um movimento comum no setor financeiro latino-americano. A maioria das instituições ainda enxerga o design como algo “bonito”, mas secundário. O Nubank aposta no oposto: que um bom design é essencial para resolver problemas complexos, reduzir fricção e aumentar retenção.
Segundo David Vélez, “os clientes estão no centro de tudo que fazemos” — e agora, com uma abordagem ainda mais sólida de design global. Ele afirma que a experiência de Eismann será fundamental para garantir que a inovação da empresa antecipe as necessidades dos usuários.
Isso reforça um ponto importante para quem trabalha com produto digital: o design deixou de ser um acabamento e virou o próprio motor da entrega.
O que isso significa para o mercado digital?
Esse movimento do Nubank deve servir de alerta (ou inspiração) para outras empresas tech da América Latina: UX não é mais um bônus — é obrigação.
Design bem executado não serve só para deixar o app mais bonito. Ele:
- Reduz custos de suporte ao cliente
- Aumenta conversão e retenção
- Potencializa o cross-sell entre produtos
- Fortalece a percepção de marca
- Cria barreiras reais contra a concorrência
Com o avanço da IA, automações e plataformas digitais cada vez mais parecidas, a experiência do usuário é o que diferencia empresas inovadoras de empresas apenas operacionais.
E se até o Nubank, referência de produto digital no Brasil, sentiu a necessidade de profissionalizar ainda mais o design, talvez esteja na hora de você também repensar como UX está posicionado na sua empresa.
Mais do que uma movimentação de bastidores
A contratação de Ethan Eismann como Chief Design Officer do Nubank é mais do que uma movimentação de bastidores.
É uma declaração clara de que a experiência do usuário será o campo de batalha da próxima década no mercado financeiro digital.
Empresas que entenderem isso agora terão uma vantagem enorme. As que demorarem, vão descobrir que usuários não toleram mais fricções, confusões ou interfaces mal pensadas.
No fim do dia, quem entende o usuário primeiro, entrega melhor e cresce mais rápido.