Brand entertainment: o que é, como funciona e por que importa

Brand entertainment explicado de forma prática, veja formatos, métricas e erros comuns. Entenda como usar na sua marca.

Quim PierottoQuim Pierotto22/08/2025
Brand entertainment: o que é, como funciona e por que importa

Marcas estão disputando um recurso escasso. Atenção. Brand entertainment é a resposta quando anunciar não basta e o público só fica quando a história merece.

Em vez de empurrar um produto, a marca cria conteúdo de entretenimento que as pessoas escolhem assistir, ouvir e compartilhar.

É um movimento estratégico para construir memória de marca, comunidade e demanda no médio e longo prazo.

O que é brand entertainment

Brand entertainment é a produção de conteúdos com linguagem de entretenimento, conduzidos pela marca, com narrativa, estética e propósito editorial claros.

Diferente de ações pontuais, a marca assume o papel de pequeno estúdio e cria um formato proprietário.

O público volta porque reconhece o universo daquele programa, daquele apresentador, daquela dinâmica.

Na prática, o produto aparece quando ajuda a história.

O foco está nos personagens, nas tensões do tema e na utilidade cultural do conteúdo.

O resultado é tempo de tela maior e lembrança mais forte.

Diferença para branded content e product placement

  • Branded content é conteúdo patrocinado ou criado para uma campanha específica. Vive e morre com ela.
  • Product placement é a aparição do produto em conteúdo de terceiros, com pouco controle criativo.
  • Brand entertainment coloca a marca no papel de criadora e dona do formato. Há temporadas, regras de linguagem, identidade visual e objetivos editoriais contínuos.

Onde isso entra na estratégia da marca

Topo e meio de funil. Você aumenta alcance qualificado e constrói preferência sem depender apenas de compra de mídia.

Com o tempo, uma biblioteca de episódios passa a gerar tráfego orgânico, assinantes e primeira parte de dados para nutrir relacionamento.

Em mercados competitivos, o catálogo vira vantagem defensável.

Formatos populares de brand entertainment

  • Séries documentais. Bastidores de uma indústria, personagens reais, conflitos genuínos.
  • Reality com desafios. Provas criadas a partir do território da marca que geram conversa social.
  • Podcast proprietário. Pauta fixa, apresentador reconhecível e quadros recorrentes.
  • Eventos e lives. Estreias, gravações abertas, after movies e especiais de temporada.
  • Animação e motion. Quando a linguagem precisa de visual forte e ritmo ágil.
  • Games e experiências interativas. Formatos que convidam a audiência a participar.
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A escolha do formato deve partir do território criativo da marca e da dor real da audiência.

Sem isso, parece anúncio estendido.

Elementos que sustentam um formato

  • Bíblia de formato. Regras de tom, quadros, duração, vinhetas e identidade visual.
  • Personas editoriais. Quem apresenta, quem é convidado e qual é a química.
  • Arquitetura de episódios. Abertura com gancho, desenvolvimento em blocos e encerramento com próxima chamada.
  • Pacote gráfico e sonoro. Lower thirds, trilha, efeitos e thumbnails consistentes.
  • Plano de cortes. Cada episódio precisa render múltiplos snippets para Reels e Shorts.

Distribuição e construção de audiência

Pense em janelas. Primeiro, onde estreia para gerar impacto. Depois, em que canais amplia alcance.

Por fim, onde fica a biblioteca permanente.

Em vídeo, o YouTube costuma ser o hub mais sólido.

Redes de formato curto funcionam como aquisição.

Newsletter e comunidade fazem a retenção.

No site, uma página-índice com playlists e tags ajuda SEO e facilita maratonas.

A regra é simples.

Conteúdo longo gera profundidade e lealdade.

Conteúdo curto escala e traz novos públicos.

Como medir sem se enganar

Views sozinhos enganam. Foque em qualidade de atenção e sinais de marca.

  • Retenção média e percentual concluído. Indicam força narrativa.
  • Retenção nos 30s iniciais. Se cair muito cedo, o gancho não funcionou.
  • CTR de capa e título. Reflete relevância percebida.
  • Assinantes e inscritos por episódio e por corte. Mostra capacidade de acumular audiência.
  • Share rate e sentimento nos comentários. Sinal de valor cultural.
  • Pesquisas de brand lift com exposed e controle. Valida lembrança e preferência.
  • Leads e cadastros atribuídos a CTAs brand-safe. Liga entretenimento a negócio sem vender durante o episódio.

Erros comuns que derrubam um bom projeto

  • Virar propaganda. História primeiro. Produto em serviço da narrativa.
  • Falta de consistência. Sem calendário e guardião criativo, o formato perde alma.
  • Métrica errada. Otimizar para view barato mata retenção.
  • Dependência de uma plataforma. Tenha casa própria e lista de e-mails.
  • Tom genérico. Se parece com tudo, não cria memória.
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Casos que ajudam a visualizar

  • Red Bull Media House. Construção de um universo esportivo próprio com documentários, eventos e transmissões. O produto é coadjuvante. A experiência é protagonista.
  • BMW Films – The Hire. Antologia de curtas com linguagem de cinema, anterior à febre dos streamings, que elevou a percepção de marca.
  • The LEGO Movie. Entretenimento com IP amado que ampliou relevância cultural da marca e abriu novas linhas de receita.
  • Michelin Guide. Conteúdo editorial que virou referência global e ainda conecta marca a qualidade e desejo de uso.

Os exemplos mostram um padrão. Formato proprietário, IP reconhecível e distribuição inteligente.

Checklist rápido antes de começar

  • Há um território claro que a marca pode sustentar por anos.
  • Existe dor real da audiência que merece ser explorada com profundidade.
  • O formato tem regra de recorrência e capacidade de gerar cortes.
  • O plano de distribuição contempla janelas e biblioteca.
  • As métricas olham para retenção e leads brand-safe, não só para views.

Brand entertainment é a evolução natural do marketing de conteúdo

Ganha quem pensa como estúdio, cria formato próprio, distribui com método e mede além do clique.

Não é sobre filmar um produto por mais tempo.

É sobre contar histórias que as pessoas querem maratonar e, por consequência, lembrar da sua marca quando importar.

Referências

WARC. Playbooks de conteúdo de marca e entretenimento
Think with Google. YouTube Culture & Trends Report
Nielsen. Estudos de atenção e memória publicitária
IAB. Métricas de vídeo e brand lift
PwC e Deloitte. Relatórios de mídia e entretenimento
Cases públicos: Red Bull Media House, BMW Films, The LEGO Movie, Michelin Guide

Quim Pierotto
Quim Pierotto, profissional e entusiasta digital e líder "visionário", destaca-se no mundo dos negócios digitais com mais de duas décadas de experiência. Combinando expertise técnica e uma abordagem humanizada, impulsiona projetos ao sucesso. Apaixonado por tecnologia e resultados, Quim é um parceiro confiável em empreendimentos digitais, sempre à frente na busca por inovação.
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